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O nosso Sistema Nervoso é muito mais do que um cão de guarda


Estudo em ratos mostra que o sistema nervoso não apenas detecta Salmonella, ele defende ativamente o corpo contra ele.

Novas pesquisas de cientistas da Harvard Medical School descobriram que os nervos no intestino dos ratos não apenas sentem a presença de Salmonella, mas ativamente protegem contra a infecção por esta bactéria perigosa, implantando duas linhas de defesa.

O estudo, publicado em 5 de dezembro na Cell, lança uma nova luz a visão clássica do sistema nervoso como um mero cão de guarda que identifica o perigo e alerta o corpo sobre uma presença indesejada. Os resultados mostram que, além de interferir diretamente na capacidade de Salmonella de infectar os intestinos, o sistema nervoso é um detector de perigo e um defensor contra ele. 

"Nossos resultados mostram que o sistema nervoso não é apenas um sistema simples de sensor e alerta", disse o neuro-imunologista Isaac Chiu, investigador principal do estudo e professor assistente de imunologia no Instituto Blavatnik na Harvard Medical School. “Descobrimos que as células nervosas no intestino vão acima e além. Eles regulam a imunidade intestinal, mantêm a homeostase intestinal e fornecem proteção ativa contra infecções. ”

Especificamente, os experimentos revelam que os neurônios sensíveis à dor embutidos no intestino delgado e embaixo das células, chamados de Placas de Peyer, são ativados pela presença de Salmonella, uma bactéria transmitida por alimentos responsável por um quarto de todas as doenças diarreicas bacterianas em todo o mundo.

Uma vez ativados, os nervos usam duas táticas defensivas para impedir que o inseto infecte o intestino e se espalhe pelo resto do corpo. Primeiro, eles regulam as portas celulares que permitem que micro-organismos e várias substâncias entrem e saiam do intestino delgado. Segundo, eles aumentam o número de micróbios intestinais protetores chamados SFB (bactérias filamentosas segmentadas), que fazem parte do microbioma no intestino delgado.

As novas descobertas não só aumentam o conhecimento, mostrando que o sistema nervoso tem um repertório muito mais amplo do que sinalizar para e a partir do cérebro, como também apontam para uma possível via terapêutica que envolve a modulação da sinalização nervosa para aumentar a imunidade intestinal ou a inflamação intestinal.