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Por que não parar um furacão com bombas?

Furacão Katrina (2005)

Não, você não entendeu errado! Bomba em um furacão...isso mesmo!

Andrew (1992); Charley (2004), Camille (1969), Carla (1961), Sandy (2012), Rita (2005), Mitch (1998), Wilma (2005). São apenas alguns dos milhares de Furacões que já passaram pelo nosso planeta causando grandes sustos, medo, desvastação, e mortes ao redor do mundo.

Furacão Katrina (2005) por imagem de satélite.

Primeiramente, vamos entender o que é um furacão. De forma resumida funciona da seguinte maneira: a água do mar evapora, sobe na forma de ar quente, chega até o topo. Esse ar resfria, se condensa e cai de volta no mar. Quanto maior for a diferença de temperatura entre o mar e o céu, mais rápido esse movimento do ar. Pronto. O motor de um furacão está ligado! Iniciou-se no mar, mas pode atingir continentes com ventos de alta velocidade “atropelando” tudo que houver em seu caminho.


Destroços causados pelo Furacão Katrina (2005)

O Katrina, por exemplo, atingiu a velocidade de 280 km/h, matou 1800 pessoas e causou US$50 bilhões de prejuízo em 2005. A cada temporada de furacões, sempre aparecem sugestões para destruir as tempestades.

De acordo com as Leis de Newton, forças podem ser colocadas em direções contrárias e muitas vezes essas forças se anulam, o que resultaria em equilíbrio. Graças a esse conhecimento, a primeira opção que pode vir em mente é a de usar uma bomba no centro de um furacão, liberando uma força rigorosa e contrária à direção dos ventos do furacão em atividade.

Acontece, que mesmo uma força explosiva produzindo uma onda de choque, ou impulso de alta pressão, que se propague contra um furacão, causaria mais danos do que se imagina. Isso por que segundo a Hurricane Research Division - Departamento de pesquisas a tornados, do Laboratório de Meteorologia e Oceanografia da Flórida – “seria necessária força de uma bomba nuclear para atingir um furacão, que, por ser vento, levaria a energia radioativa a afetar áreas terrestres e causar problemas ambientais devastadores”.

Explosão de Bomba Nuclear

A radiação lançada pela bomba causaria morte celular e mutações, mudam o funcionamento do organismo, causando falência de órgão, colapso do sistema imunológico e, a longo prazo, desenvolvimento de câncer. Para se ter uma idéia, uma simulação realizada pela Federação dos Cientistas Americanos, uma bomba de 1 megaton, produz ventos de aproximadamente 65 km/h,  indicou que 50% das pessoas localizadas a até cerca de 16 quilômetros morreriam em 96 horas e, cada vez mais perto do epicentro, esse percentual seria maior. Ou seja: uma força de vento que não faria nenhum impacto em um furacão, já causaria grande risco para a humanidade e para o planeta.

Existe outra opção, mas também não funciona ainda...

Existe um programa científico, criado pelos norte-americanos no auge da Guerra Fria, que tem como tentativa atacar os ventos antes de se transformarem em furacões.
A estimativa é de que a cada 80 locais prováveis com ventos capazes de formar um furacão na bacia do Atlântico, apenas 5 tornam-se furacões. Não há nenhuma maneira de saber com antecedência qual deles irá se desenvolver. Isso seria um desperdício de tempo de recursos financeiros.
Os cientistas não querem acabar com os furacões; eles fazem parte do equilíbrio natural do planeta. Mas, se conseguirmos reduzir sua intensidade, podemos diminuir muito os danos que provocam.

Já estão testando algumas idéias em laboratório, mas aplicá-las também pode ser um problema. “E se nós desviarmos um furacão que está indo para Miami, por exemplo, e ele acabar atingindo outra cidade? As pessoas vão nos culpar por isso”, teme o engenheiro atmosférico Moshe Alamaro, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts.

Prof. Carla Reis
Bióloga