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Pesquisadores encontram água na grande mancha de Júpiter


Júpiter, o maior planeta do nosso sistema solar, esconde mistérios que até hoje os cientistas buscam encontrar respostas, principalmente confirmar se existe água na atmosfera do planeta.

Pesquisadores da NASA relataram em um recente artigo no Astronomical Journal que ao observar as profundezas da persistente tempestade de Júpiter, a grande mancha vermelha, conseguiram detectar as assinaturas químicas de água acima das nuvens mais profundas do planeta através potentes telescópios terrestres. A pressão da água combinada com as medições de outro gás contendo oxigênio, o monóxido de carbono, implica que Júpiter tem 2 a 9 vezes mais oxigênio que o sol. 

Estes dados servirão para complementar as informações que a espaçonave Juno, também da NASA, está coletando enquanto circula o planeta de norte a sul a cada 53 dias. Entre outras coisas, Juno também está à procura de água com seu próprio espectrômetro infravermelho e com um radiômetro de microondas que pode sondar mais profundamente do que qualquer um já viu - a 100 bar, ou 100 vezes a pressão atmosférica na superfície da Terra. (A altitude em Júpiter é medida em barras, que representam a pressão atmosférica, já que o planeta não tem uma superfície, como a Terra, para medir a elevação.)

A água é uma molécula significativa e abundante no nosso sistema solar. Ele gerou a vida na Terra e agora lubrifica muitos de seus processos mais essenciais, incluindo o clima. É também um fator crítico no clima turbulento de Júpiter e em determinar se o planeta tem um núcleo feito de rocha e gelo.

Acredita-se que Júpiter seja o primeiro planeta a se ter formado, sugando os elementos que sobraram da formação do Sol, enquanto nossa estrela se aglutinava de uma nebulosa amorfa na ardente bola de gases que vemos hoje. Uma teoria amplamente aceita até várias décadas atrás era que Júpiter era idêntico em composição ao Sol; uma bola de hidrogênio com um toque de hélio - todo gás, nenhum núcleo.

Mas há evidências de que Júpiter tem um núcleo, possivelmente 10 vezes a massa da Terra. As naves espaciais que anteriormente visitaram o planeta encontraram evidências químicas de que formavam um núcleo de rocha e gelo de água antes de se misturar com os gases da nebulosa solar para criar sua atmosfera. A maneira como a gravidade de Júpiter puxa Juno também suporta essa teoria. Há até raios e trovões no planeta, fenómenos alimentados pela umidade.

Os pesquisadores esperam que existam três camadas de nuvens em Júpiter: uma camada inferior feita de água gelada e água líquida, uma camada intermediária de amônia e enxofre e uma camada superior de amônia.

Vamos aguardar ansiosos pelos próximos resultados.

Fonte: NASA