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Monolito de civilização desconhecida é descoberto no fundo do Mediterrâneo


Uma nova peça do quebra-cabeças da história da civilização humana foi descoberta por um grupo de pesquisadores da Itália e de Israel a 40 metros de profundidade no Mar Mediterrâneo, na Costa da Sicília. Um monolito de 12 metros de extensão, construído por humanos e datado de cerca de 10 mil anos, revela que nossos ancestrais se estabeleceram nessa área entre a Europa e a África em uma época em que os níveis dos mares estavam mais baixos, no fim da última grande era glacial.

A pesquisa começou em 2012, quando barcos equipados com sonares mapearam as águas rasas do Canal da Sicília. Boa parte do leito dessa região é encoberta por uma grossa camada de sedimentos, o que dificulta as explorações arqueológicas. Mas existem pontos em que correntes submarinas "limpam" os campos de busca – o que ajudou no trabalho de investigação. 


Os cientistas se concentraram em uma formação chamada Pantelleria Vecchia Bank (PVB), um banco localizado a 40 quilômetros ao norte da ilha vulcânica de Pantelleria. Excursões posteriores com mergulhadores revelaram o monolito, uma estrutura de pedra dividida em duas partes, que integrava um único bloco de 12 metros. O formato regular, a composição diferente das rochas locais e três buracos escavados na pedra indicam que a peça foi projetada por humanos.

Na figura A, os pontos vermelhos no mar apontam para a posição em que o monolito foi encontrado. Na figura B, o mapa da geografia da área antes de os níveis dos mares subirem.

Os arqueólogos não puderam determinar com certeza a finalidade do monolito, mas ele possivelmente era mantido de pé – o que dá uma ideia da posição de destaque que ele possuía. O tamanho do objeto também revela que os grupos que ocupavam essa parte do continente possuíam domínio de técnicas avançadas de engenharia, que permitiram que o bloco fosse extraído e transportado, possivelmente por quilômetros de sua origem até o local de repouso.

A história de ocupação do Pantelleria Vecchia Bank provavelmente terminou junto com o Último Máximo Glacial, quando os níveis dos mares subiram e essas regiões mais baixas começaram a inundar. O fenômeno deve ter levado os moradores dessa região a se mudar, deixando para trás o enorme monolito. 

A descoberta da peça mostra também que o atual mapa das civilizações que ocuparam a costa do Mediterrâneo está longe de ser completo. Muitos mistérios e segredos ainda resistem por ali, escondidos sob metros de água salgada e grossas camadas de sedimentos.