Proteína que mantém o relógio circadiano em funcionamento é detectada.
Uma equipe de pesquisadores de várias instituições na China e duas nos EUA descobriram uma proteína que mantém o relógio circadiano dentro do cronograma em pesquisas realizadas em ratos. Em seu artigo publicado na revista Science Translational Medicine, o grupo descreve a triagem de milhares de medicamentos em sua busca por moléculas que possam ter um impacto no ritmo circadiano e no que foi encontrado.
O ritmo circadiano (ou relógio circadiano) é um processo biológico que regula as funções corporais, principalmente o ciclo do sono. Infelizmente, apesar de muito esforço, os cientistas ainda não sabem exatamente como funciona a maquinaria envolvida no processo. Nesse novo esforço, os pesquisadores deram mais um passo em direção a solucionar esse mistério.
O trabalho envolveu a triagem de mais de 10.000 medicamentos experimentais, como parte de uma busca por um medicamento com impacto direto no relógio circadiano, interrompendo-o de maneira positiva ou negativa. Depois de muito esforço, eles finalmente encontraram o composto que procuravam: cordycepin - um composto natural encontrado em um tipo raro de fungo que foi usado para melhorar a resposta sexual. Por ser um medicamento caro, os pesquisadores usaram uma forma sintética para realizar os testes.
Uma vez que eles identificaram o composto, os pesquisadores começaram a trabalhar aprendendo mais sobre ele e as formas como ele afeta o relógio circadiano em ratos. Os testes envolveram a alteração do horário claro/ escuro dos ratos que vivem em um laboratório para simular as viagens para diferentes partes do globo. Em alguns casos, eles mudaram o tempo dos ratos oito horas para a frente e, em outros, oito horas para trás. Em ambos os cenários, eles deram aos ratos doses de cordycepin e depois os monitoraram para ver quanto tempo levou para alterar o ciclo do sono para combinar com o novo ambiente. Os pesquisadores descobriram que, em média, eram necessários apenas quatro dias em ambos os casos, em comparação com os oito dias normais para um grupo controle.
Os pesquisadores descobriram que o composto sintético foi capaz de se ligar a uma enzima chamada RUVBL2, uma influência conhecida na transcrição de genes que, acredita-se, controla o relógio circadiano. O Cordycepin conseguiu ativar ou desativar essas transcrições. A equipe também observou que o RUVBL2 tende a ser abundante na parte do cérebro do rato conhecida por responder aos sinais de luz provenientes dos olhos. Concluindo então a capacidade de alteração do ciclo circadiano.