Conheça sete animais 'vampiros'
Morcegos e mosquitos são os "vampiros" mais célebres do mundo animal.
Mas não são os únicos: há muito mais criaturas do que se imagina passando a vida a beber o sangue alheio. De algumas você nem ao menos desconfiaria:
Tentilhão vampiro
Para matar a sede, tentilhão bebe o sangue de outros pássaros
Trata-se de um passarinho que poderia ser personagem de filme de Alfred Hitchcock.
O bicho vive nas Ilhas Wolf, as mais remotas do arquipélago de Galápagos, que fica no Oceano Pacífico e pertence ao Equador. Um lugar isolado do mundo e marcado por uma paisagem com montanhas sombrias.
O tentilhão da ilha se parece com os outros passarinhos da espécie, mas inclui na dieta, composta de sementes e vermes, sangue, muito sangue.
O animal ataca pássaros maiores saltando em suas costas e, usando o bico, abre um buraco para sugar o sangue. O mais incrível é que as vítimas não reagem – cientistas especulam que, enganadas pelos tentilhões vampiros, pensam que eles estão apenas tirando piolhos de suas costas.
Beber sangue permite aos tentilhões sobreviver aos meses mais áridos do ano. E como eles são a espécie de pássaro mais numerosa das Ilhas Wolf, não raro é possível ver vários deles em uma fila macabra para “jantar” uma vítima.
Besouro assassino
Besouro assassino mereceu citação nos diários de viagem de Charles Darwin
Em florestas tropicais ao redor do mundo, há um assassino de sangue frio sempre à espreita ao cair da noite.
O besouro assassino faz jus ao nome: é um expert em estratégia, tocaia e faz uso de uma arma letal.
Há 7 mil tipos desse inseto, e suas dietas variam: alguns atacam abelhas e outros sugam o sangue, ironicamente, de morcegos-vampiros. Todos, porém, usam um sinistro tipo de multiferramenta: o ferrão.
Enquanto outros predadores se dão ao trabalho de matar a presa antes, o besouro-assassino usa sua arma para injetar nas vítimas um coquetel de enzimas que as transforma, literalmente, em uma sopa. O ferrão então é usado como um conveniente canudinho, não raramente quando a vítima ainda está agonizando.
Esperto, o bicho chega a fingir que caiu em uma teia para enganar (e atacar) aranhas, por exemplo.
Outra espécie, a Acanthaspis petax, ataca formigas e depois usa seus corpos para formar uma espécie de armadura – alguns exemplares já foram vistos com mais de 20 formigas mortas coladas ao corpo.
Humanos também estão no cardápio: um encontro com esses besouros foi narrado por ninguém menos que Charles Darwin.
No Brasil, esses besouros são conhecidos como barbeiros e são a principal causa da doença de chagas.
Sapo vampiro voador
Girinos do sapo voador do Vietnã têm presas para sugar ovos postos pela mãe
As florestas do sul do Vietnã, um dos locais mais úmidos do mundo, são um habitat ideal para sapos.
Lá, a bióloga Jodi Rowley descobriu em 2010 uma espécie macabra, totalmente desconhecida pela ciência.
No início, ela achou ter identificado apenas um tipo de sapo que vivia nas alturas, saltando e planando entre as árvores.
Porém, ao usar um microscópio para examinar os olhos de um girino do anfíbio, a bióloga descobriu que ele tinha dentes de vampiro.
Trata-se, no entanto, de um vampiro diferente: em vez de sangue, suga os ovos postos pela própria mãe nas poças localizadas nos buracos das árvores em que vivem.
Aranha saltadora do Quênia
A aranha saltadora é uma "vampira indireta"
Para quem acha que a evolução é perfeita: as aranhas saltadoras do Quênia adoram sangue humano, mas não têm presas para furar a pele de pessoas.
Por isso, são vampiras-indiretas: atacam os mosquitos que atacam os humanos. Trata-se do único animal conhecido pela ciência que ataca uma presa com base em seus hábitos alimentares.
Não bastasse serem únicas, essas aranhas têm um gosto refinado: são loucas pela fêmea do Anopheles gambiae, o mosquito da Malária.
Mas, como elas distinguem um mosquito do outro? E como sabem se é macho ou fêmea?
Começa com um pouco de "matemática": as aranhas observam o ângulo dos corpos dos insetos em repouso – o Anopheles, por exemplo, repousa em 45 graus. E, como apenas a fêmea do mosquito bebe sangue, as predadoras as identificam pelo cheiro da bebida e por suas antenas, que são mais decoradas que as dos machos.
Piolho comedor de língua
O piolho vira uma bizarra "língua viva"
Em janeiro deste ano, uma dona de casa de Nottingham, na Inglaterra, abriu uma lata de atum e deu de cara com um par de olhos.
O #tunagate, hashtag pela qual o caso ficou conhecido na internet, teve como pivô o Cymothoa exígua, uma espécie de parasita marinho que ataca as línguas dos peixes para sugar seu sangue.
E o mais interessante não é isso: a espécie muda de sexo.
Antes de achar um hospedeiro, o piolho é macho. Ele invade os peixes pelas guelras e, enquanto se alimenta, vira fêmea, num processo em que seus olhos encolhem e as pernas se expandem.
Quando a língua do peixe cai, o piolho fêmea se transforma em uma espécie de língua biônica. Ela acasala com outros machos que entram no peixe e dá à luz a uma série de parasitas machos (pelo menos por um tempo), que ganham o mundo à procura de mais vitimas.
Mariposa vampira
A mariposa vampira ataca até elefantes
Nem todas as mariposas vivem apenas de néctar. As Calyptra, encontradas na Sibéria, usam suas línguas cheias de espinhos para beber o sangue de vertebrados, incluindo humanos. Algumas espécies, que vivem na Ásia, são capazes de atacar bichos ainda maiores, como elefantes.
O menor vampiro do mundo
O Micavibrio aeruginosavorus ataca uma bactéria "inimiga" dos homens
O título pertence à bactéria Micavibrio aeruginosavorus, que ataca outras e suga seu conteúdo.
Mas trata-se de vampiros do bem: seu prato favorito é a Pseudonoma aeruginosa, bactéria responsável por infecções pulmonares em pacientes com fibrose cística.
A Pseudonoma é um inimigo complexo, resistente a antibióticos graças a um “escudo” que cerca sua membrana.
Mas não é páreo para os ataques da Micavibrio. Por isso, alguns cientistas batizaram esse pequeno vampiro de antibiótico vivo.
Fonte: BBC