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“Teletransporte virtual” permite que humanos e ratos interajam de igual para igual


Com uma webcam e uma boa conexão com a internet, não é difícil conversar “cara a cara” com alguém que está do outro lado do mundo. Mas que tal irmos além, nos “teletransportando” para um lugar a quilômetros de distância e podendo interagir com o ambiente, sem nos limitarmos a observá-lo?
 
Recentemente, uma equipe de cientistas da University College London (Inglaterra) e da Universidade de Barcelona (Espanha) fizeram isso com uma pessoa… e com um rato.
Os pesquisadores definem essa técnica (“beaming”, que pode ser traduzida como “transmissão” ou, talvez, “teletransporte virtual”) como transportar digitalmente uma representação de alguém para um local distante, onde a pessoa pode interagir com o ambiente como se estivesse lá, unindo realidade virtual e sistemas de controle remoto. Idealmente, a pessoa pode ser representada por um robô, uma espécie de “avatar” (parecido com os do filme de mesmo nome).
 
Grande rato, pequeno humano
 
No experimento conduzido recentemente, os participantes humanos ficavam em um laboratório de realidade virtual da Universidade de Barcelona, e o rato, em um centro de cuidado de animais, a 12 km do laboratório.
 
Os movimentos do animal eram monitorados e transmitidos via internet para simuladores de realidade virtual. Com essa tecnologia, o rato podia controlar um humano virtual no mesmo “ambiente” em que o participante humano – uma espécie de sala virtual, com quadros na parede. O “avatar” tinha o tamanho equivalente ao de uma pessoa.
Da mesma forma, o participante humano tinha seus movimentos monitorados e transmitidos, mas para um pequeno robô que ficava no mesmo lugar que o rato. Assim, os dois podiam interagir mesmo a distância (o humano, com o “avatar virtual”; e o rato, com o “avatar físico”).
 
“‘Transmissão’ é um passo além das vídeo-conferências, por exemplo, que não dão aos participantes a sensação física de estar no mesmo espaço, e certamente não dá a capacidade física de realmente atuar nesse espaço”, destaca o pesquisador Mandayam Srinivasan.
 
“O processo que demonstramos não apenas mostra o alcance da nossa tecnologia, mas também dá uma nova ferramenta a cientistas, exploradores e outros para visitar lugares distantes e fora da Terra sem se colocar em perigo e, ainda, para ver o comportamento animal em uma forma totalmente nova”.
 
Fonte: Hypescience