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Extinção do mamute lanoso não foi repentina


Estudo aponta combinação de fatores para explicar o fim dos mamíferos gigantes, como elevação das temperaturas, mudança na vegetação e a caça

Mamute-lanoso 
Novo estudo diz que os mamutes lanosos foram extintos lentamente e por uma combinação de fatores como alterações climáticas e a dispersão humana pelo planeta

 Um novo estudo, publicado na edição desta semana da revista Nature Communications, contesta as pesquisas que afirmaram que os mamutes lanosos foram extintos brutalmente. De acordo com o trabalho, a extinção dessa espécie aconteceu de forma lenta e progressiva e não teve uma única causa. Os fatores levaram ao fim da espécie são a elevação das temperaturas, a mudança na vegetação e a dispersão dos caçadores humanos.

Os cientistas já levantaram diversas hipóteses para explicar a extinção desses mamíferos gigantes que habitaram a Terra principalmente durante o Pleistoceno. Alguns cientistas dizem que o motivo foi a mudança climática, outros apostam na pressão da crescente população humana e há pesquisadores que acreditam em um cataclismo causado pelo impacto de um meteoro.

Um estudo publicado em agosto de 2010, por pesquisadores da Universidade de Durham (Inglaterra), indicava que os humanos não tiveram influência no processo de extinção dos mamutes. De acordo com este estudo, as mudanças da paisagem, como redução de pastagens e a expansão das florestas, foram responsáveis pelo fim dos mamutes.

O estudo atual não nega totalmente algumas dessas outras explicações, mas defende que foram múltiplos os fatores que levaram à extinção dos mamutes. "Não houve uma única causa que os eliminou de uma vez", declarou o autor principal do estudo, Glen MacDonald, da Universidade da Califórnia.

Para chegar a essas conclusões, os pesquisadores fizeram usaram uma base de dados de datações feitas por radiocarbono. Os resultados mostram declínio e ascensão da espécie em diferentes momentos e locais geográficos, indicando um processo lento e irregular.

Períodos de extinção — O estudo mostrou, por exemplo, que os mamutes de Bering (estreito que unia o atual Alasca e a Sibéria) eram abundantes entre 45 e 30 milhões de anos atrás. Durante o pico da Era do Gelo, 25 milhões de anos atrás, as populações do Norte diminuíram enquanto as que viviam na Sibéria aumentaram. A partir desse período, esses animais tiveram um longo declínio, enfrentando mudanças climáticas, de habitat e a presença humana. A maioria desapareceu por volta de 10.000 anos atrás e foram extintos definitivamente há 4.000 anos.
 

Saiba mais

MAMUTE LANOSO
 O mamute lanoso (Mammtuhus primigenius) é uma espécie adaptada ao frio da Sibéria. Esses animais tinham o corpo coberto por pelos castanhos longos que formavam uma cobertura espessa contra o clima gelado. Compunham a megafauna do Pleistoceno e são parentes próximos dos elefantes asiáticos e africanos.

ERA DO GELO
 É todo período geológico em que ocorre significativa diminuição na temperatura da Terra. Mantos de gelo se expandem pelos continentes e glaciações atingem a superfície e a atmosfera do planeta. Nos últimos milhões de anos, a Terra viveu várias eras glaciais, ocorrendo a intervalos de 10 mil a 100 mil anos. A última grande era glacial teve seu pico há 25.000 anos e terminou 11.000 anos atrás, aproximadamente.

PLEISTOCENO
 Corresponde ao intervalo entre 1,8 milhão e 11.500 anos atrás. Na escala geológica, faz parte do período Quaternário da era Cenozoica. Aves e mamíferos gigantes, como mamutes e búfalos, caracterizam essa época. No pleistoceno ocorreram as mais recentes Eras do Gelo.

Fonte: Veja