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Fertilidade dos corais da Grande Barreira está sofrendo grande impacto


A fertilidade dos corais da Grande Barreira ficou reduzida este ano pelo fenômeno de branqueamento, o pior registado na região nordeste australiana, alertou hoje o Fundo Mundial para a Natureza (WWF).

Anualmente, os corais sincronizam a expulsão de bilhões de óvulos e espermatozoides, fenômeno descrito como uma "tempestade de neve submarina", que faz com que os pólipos dos corais bebés fiquem à deriva durante a desova e desçam para se fixar no recife, ajudando-o a crescer ou a reconstruir-se.

Contudo, neste ano, este evento reprodutivo não ocorreu com toda a sua intensidade, segundo mostram fotografias do WWF na ilha Lizard, no norte da Grande Barreira de Coral.


"Primeiro o branqueamento matou muitos dos corais da ilha Lizard e agora os que ficaram têm tido problemas para desovar este ano", disse em comunicado o porta-voz Richard Leck.
"O branqueamento teve impacto na fertilidade dos corais que sobreviveram", acrescentou.

A Grande Barreira de Coral, declarada Patrimônio da Humanidade em 1981, com 2.500 recifes individuais que abrigam corais únicos, 1.500 espécies de peixes e milhares de tipos de moluscos, começou a deteriorar-se na década de 1990 devido ao duplo impacto do aquecimento da água do mar e do aumento do grau de acidez por causa de uma presença maior de dióxido de carbono na atmosfera.

Atualmente, estamos enfrentando a pior crise causada pelo branqueamento dos corais.
Este fenômeno acontece quando, devido à subida da temperatura da água do oceano, os corais expelem as algas simbióticas que vivem nos seus tecidos, que lhes imprimem coloração e lhes fornecem nutrientes.
A ausência prolongada desse tipo de alga leva à morte dos pólipos de coral.

O branqueamento matou este ano 22% dos corais deste ecossistema, apesar de na seção norte da Grande Barreira a taxa de mortalidade ser maior, segundo a WWF.