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Teoria matemática pode ser a fórmula mágica da graça


Pesquisadores descobriram uma teoria matemática que pode prever o que é engraçado e o que não é. A fórmula mágica da graça surgiu por acaso e mostra que nosso humor, apesar de subjetivo, é menos individual do que se imaginava. E olha que engraçado: a improvável teoria surgiu a partir de palavras que não existem.

Uma pesquisa feita tempos atrás mostrava aos participantes grandes listas de palavras e pedia que eles destacassem quais eram reais e quais não eram. Um dos pesquisadores percebeu que certas palavras despertavam o riso nos voluntários – snunkoople, por exemplo (o teste foi feito em língua inglesa). Chris Westbury, da Universidade de Alberta, no Canadá, era esse pesquisador e resolveu criar outro estudo com base nessa tendência curiosa.

O novo estudo funcionou assim: os voluntários deveriam comparar duas palavras inventadas e dizer qual era a mais engraçada. Depois, uma outra não palavra era apresentada e eles deveriam dizer quão engraçada ela era de 1 a 100.  A hipótese é que as palavras mais engraçadas seriam as com menor entropia, ou seja, as mais imprevisíveis e com menos opções de rearranjo – uma palavra com bastante Z, por exemplo. Em geral, os participantes apontaram as palavras matematicamente mais engraçadas – um deles “acertou” 92% delas.


O escritor americano Dr. Seuss, famoso por livros como “Como o Grinch Roubou o Natal” e por inventar palavras, aparentemente já sabia dessa teoria, mesmo que por intuição. Uma de suas criações - yuzz-a-ma-tuzz - é um exemplo perfeito de algo que arrancaria ao menos um sorriso de canto da boca de um leitor de língua inglesa.

A descoberta de Westbury vai ao encontro da tese sustentada pela chamada Psicologia Evolucionista, que diz que o humor é uma das formas que nosso cérebro encontrou para expressar que algo aparentemente ameaçador no final das contas não representa ameaça alguma. A filosofia alemã também sustenta a teoria. Seja em Schopenhauer, que disse que “a razão do riso em todo caso é simplesmente a repentina percepção da incongruência entre um conceito e os objetos reais que foram pensados através dele em alguma relação, e o riso por si só é apenas a expressão dessa incongruência” ou em Kant, que afirmou que “o riso é um afeto resultante da transformação repentina de uma tensa expectativa em nada”, o humor é a violação da expectativa – e essa violação pode ocorrer em diversas formas, até na simples ordem escolhida para uma sequência de letras.

Fontes: Phys.org via Galileu