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A síndrome do "Eu já vi"

  (Foto: flickr/creative commons)

Aperte a tecla verde se algum dos casos abaixo já aconteceu com você em maior ou menor intensidade nos últimos tempos:

a) Você está com um amigo num bar/restaurante e de repente ele te pergunta se você já viu tal coisa.... coisa tal que você ainda não viu. Você dá uma de João Sem Braço, pede pra ir ao banheiro rapidinho, acessa o Google, pesquisa a tal coisa, volta para a mesa e comenta como se já conhecesse aquilo há tempos.

b) Você está falando com o bróder no chat do Facebook, ele te manda um link de um Tumblr que está bombando e pergunta se você já viu. Você não viu, mas clica rapidinho, dá uma sapeada e responde rápido que, claro, conhecia.

c) Você está em uma reunião, alguém comenta sobre aquele último vídeo viral da internet. Você ainda não viu, a internet não está funcionando, seu 3G parou... PÂNICO! Todo mundo comenta sobre o vídeo e você fica por fora do assunto do momento-minuto.

Está muito difícil mostrar alguma coisa nova pra alguém hoje em dia, né? No começo dos anos 2000 conheci o Google. Fiquei maravilhada com as possibilidades que a ferramenta de busca trouxe para a minha vida: de repente tinha todo o conhecimento do mundo a um clique de distância. O quão épico é isso?

Muito épico, certamente!

Mas a verdade é que o Google, combinado com o barateamento do preço dos pacotes de 3G, está acabando com toda aquela magia de sentar à mesa e ouvir uma novidade ou aquele momento delícia em que deixamos alguém mostrar algo que não conhecíamos. E vice-versa! O problema é que dessa maneira as trocas vão ficando menos ricas entre as pessoas.

Vivemos na era do Fomo, o famoso Fear of Missing Out — ou Medo de Ficar Por Fora, na tradução para o português. Na minha visão, isso está gerando uma imensa Síndrome do "Eu Já Vi". Assumir que não manja do assunto da vez ninguém quer, nos desdobramos para (fingir) ver e ter conhecimento de tudo antes que alguém venha comentar as novidades conosco. De repente, assim sem perceber, viramos a geração que sabe demais.

Fonte: Galileu