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Brasileiros fazem mapa 3D de Nebulosa de Homúnculo

Mapa 3D da nebulosa de Homúnculo

Uma nebulosa de poeira que envolve a estrela Eta Carinae foi alvo de um mapa tridimensional feito por uma equipe de nove astrofísicos (três deles brasileiros). O estudo revelou detalhes da Nebulosa de Homúnculo com outros objetos ao seu redor.
O trabalho foi publicado na terça-feira (8) no periódico científico Monthly Notices of the Royal Astronomical Society. Para fazer o mapa, os cientistas usaram dados obtidos com instrumentos do telescópio Very Large Telescope (VLT) do Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês).
A nebulosa surgiu no espaço após uma grande erupção na Eta Carinae, em 1843, e vem se expandindo desde então. O Homúnculo tem a forma de dois lóbulos formados de uma casca fina de poeira com 15 vezes a massa do Sol e 3 trilhões de quilômetros de extensão.

A Eta Carinae é um sistema binário, ou seja, com duas estrelas em órbita uma da outra. A grande erupção partiu da maior delas. O sistema binário de estrelas fica no encontro dos dois lóbulos da Nebulosa de Homúnculo.
“É admirável que a nebulosa tenha guardado marcas tão claras da interação que teve o sistema binário, quando ela era um milésimo do tamanho atual”, disse em nota Augusto Damineli, professor do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP e um dos autores do artigo.

Além disso, o mapa tridimensional revelou que os dois lóbulos não são idênticos e não estão perfeitamente alinhados.  Também há um buraco principal polar em cada lóbulo. A depressão no lóbulo mais próximo ao nosso planeta é simétrica à depressão encontrada no lóbulo oposto. Cada lóbulo tem uma protuberância, como uma imagem espelhada.
O autor principal do artigo é Wolfgang Steffen, pesquisador da UNAM (México) e desenvolvedor do software SHAPE, usado no mapa tridimensional. Mairan Teodoro, o segundo autor do artigo, é doutor em Astronomia pelo IAG-USP e faz pós-doutorado no NASA Goddard Space Flight Center. Outro brasileiro que assina o trabalho é Jose Henrique Groh, doutor em Astronomia pelo IAG-USP e pesquisador no Observatório de Genebra, Suíça.

Veja abaixo um vídeo feito pela Nasa sobre o estudo:


Fonte: INFO