Projeto Descubra leva pequenos laboratórios para as salas de aula

Ciências é a disciplina em que os alunos brasileiros estão mais defasados em relação aos outros países, segundo o Pisa, exame internacional de estudantes. Em 2013, por exemplo, o Brasil ficou em 59º entre 65 países. Para mudar essa realidade, autores e professores criaram o Projeto Descubra, que leva pequenos laboratórios para as salas de aula.

“O nosso péssimo desempenho nas avaliações relativas à área de ciências é resultado do foco das escolas em português e matemática. Há professores despreparados, materiais que só trazem respostas prontas que não dão abertura aos questionamentos das crianças”, disse o Prof. Egídio Trambaiolli Neto, um dos idealizadores do projeto.

Há outros motivos para as crianças não se sentirem motivadas a gostar de ciências. “Os pequenos começam logo cedo com os questionamentos, com a sede de informação. Mas vão se desiludindo quando recebem uma resposta com argumentos vazios, como um ‘porque sim’ diante de um simples ‘por quê?’”, afirmou.

A equipe concluiu, então, que a melhor maneira de resolver esse problema é ensinar ciências de forma divertida. “Fala-se muito em melhorar a qualidade da educação, mas enquanto não houver instrumento para isso, fica difícil. Às vezes, o professor apenas munido com giz e saliva não tem muito sucesso porque a ciência tem que ser experimental. Não adianta falar como acontece sem experimentar”, disse.

O método do Projeto Descubra torna o aprendizado mais prático, pois reforça a teoria aplicada em sala de aula com a utilização de kits inteligentes feitos para crianças a partir de seis anos, até completarem o ensino fundamental.  

Os kits têm conteúdos de física, química, biologia, matemática e língua portuguesa. Compostos por três níveis de experimentação (Ciências Fundamentais, Medidas e Estação Meteorológica), cada kit prático tem também um material didático.

Juntos, livro e kit possibilitam que os alunos explorem e aprendam os fenômenos da natureza, essenciais para a formação de adultos ambiental e socialmente responsáveis. Além disso, estimulam a produção de relatórios periódicos para comprovar o aprendizado dos alunos.

Com o laboratório de estação meteorológica, por exemplo, o aluno começa a aprender a fazer previsão do tempo, a desenvolver conhecimentos dentro de processos estatísticos e acompanhar os fenômenos naturais a partir das reações climáticas. “A criança ganha um recurso que permita saciar dúvidas e ter domínio desse conhecimento”, disse.

Os kits são usados em grupos e devem ser comprados pela escola. Alguns servem para grupos de até quatro alunos, enquanto outros podem atender várias salas de aula. “Eles são bons tanto para a rede pública quanto para escolas particulares. Mas queremos alcançar, principalmente, os alunos que são prejudicados pela estrutura básica educacional da prefeitura ou do estado”, afirmou.

Acesse o site e conheça: http://projetodescubra.com.br/