Fragmentos de plantas são encontrados em vidro de meteoro

Ravinas erodidas na parede de uma cratera criada pelo impacto de meteoro em Marte.

O intenso calor gerado por impactos de meteoros, na Argentina, criou pedacinhos de vidro que preservaram fragmentos de antigas plantas. Estuda-se que o mesmo processo também possa ter preservado sinais de vida em Marte.

Recentemente, um grupo de geólogos descobriu fragmentos de plantas que datam de 3 a 9 milhões de anos atrás, no interior de pedaços de vidro gerados pelo impacto de meteoros com o solo. O rápido aprisionamento dos fragmentos preservou, além de detalhes intrincados da estrutura das plantas, traços de compostos orgânicos.

Até mesmo as pequenas “saliências” das folhas, denominadas papilas, foram preservadas. Algumas amostras de plantas eram muito similares à grama que ainda cresce na região dos pampas. A descoberta foi publicada na Geology Magazine.

O solo arenoso e fofo dessa região da Argentina, semelhante ao de Marte, é perfeito para o surgimento de vidro. Tanto na Terra como em Marte, o intenso calor gerado pelo impacto derrete a sílica, ou areia, e produz pequenas esferas de vidro que, ao rolarem, aprisionam material orgânico, assim como uma bola de neve aprisiona folhas. A umidade na camada externa da planta mantém seu interior preservado.

Fragmento de antiga planta aprisionado no vidro produzido pelo impacto de meteoro. © Universidade de Brown.

Líder da pesquisa, o geólogo Pete Schultz, da Universidade de Brown, disse em um comunicado que “o exterior da folha isola seu interior. Mais ou menos como uma batata frita: o lado de fora frita rapidamente, mas a parte de dentro demora mais”.

Os autores do estudo sugerem que, apesar de ser pouco provável que um astronauta encontre uma planta marciana preservada em vidro, microrganismos podem ter deixado traços de compostos orgânicos.

Fonte: Discovery