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UFRJ testa bactérias no combate à poluição de combustíveis fósseis


Na gelada Antártica, pesquisadores do Instituto de Microbiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IM/UFRJ) pesquisam bactérias que são capazes de degradar combustíveis fósseis de forma limpa e eficiente. Por meio do processo de bioremediação, bactérias são capazes de degradar combustíveis fósseis, que são baseados em carbono.

“Para isso, usamos microorganismos do local, multiplicamos em laboratório e soltamos de volta no ambiente”, explica o pesquisador do instituto Alexandre Rosado, acrescentando que, “uma vez degradado o combustível, a população de bactérias vai diminuindo naturalmente, devido à menor oferta de nutrientes”.

A explicação técnica é a seguinte: a fermentação aeróbia de bactérias do tipo Pseudomonas sp., isoladas em poços de petróleo, produz o biossurfactante (nome técnico do composto orgânico) que, por sua vez, permite acessar e degradar a cadeias de carbono do petróleo para obter energia. O resultado é uma espécie de “biodetergente” que desaparece à medida que também diminui a presença do combustível fóssil na área afetada.

Mas para ser eficiente, o “biodetergente” exige que o local afetado tenha uma flora bacteriana capaz de processar combustíveis fósseis, condiciona Rosado. “Desenvolvemos um projeto de limpeza no mangue que, normalmente, demoraria 30 anos para se limpar sozinho. Com o uso da bioremediação, o lugar está recuperado em apenas três anos”, conclui o pesquisador da UFRJ.